Já ouviu falar em “Exportar Inflação”? Nesse artigo explicamos um pouco mais como e esse processo acontece e porque ele pode começar a ser invertido nos próximos anos.
Para estimular sua economia, o governo dos Estados Unidos e/ou o Banco Central (FED) pode fazer duas coisas: contrair mais dívida ou imprimir mais dinheiro. E na verdade eles escolheram os dois.
A forma como fizeram isso foi emitindo mais títulos públicos (bonds) e o FED comprando grande parte desses próprios títulos (e também outros ativos financeiros). Com essa medida o banco central conseguiu manter as taxas de juros baixas, estimulando a sua economia (crédito barato).
Por outro lado isso cria uma “demanda artificial” e não era muito comum bancos centrais fazerem isso alguns anos atrás, o que gerou (e ainda gera) desconfiança em relação à saúde do sistema financeiro global.
Entendendo o mercado de bonds: quanto maior a demanda por um título público, menor seu retorno financeiro (yield).
Como isso gera inflação em outros países
O dólar americano é a principal moeda de reserva do mundo. Isso significa que a maioria dos países mantêm suas reservas (dinheiro que possuem) em dólares. Na medida que o FED inunda o mundo com mais dólares, outros países tem duas escolhas:
- podem deixar o valor de suas moedas subir;
- podem também imprimir mais dinheiro em sua moeda e ficar “neutros” em relação ao dólar deflacionado.
Se os países escolhem o número 1 isso não causa pressão inflacionária mas pode deprimir a economia na medida em que suas exportações ficam menos competitivas. Se a economia interna do países não é forte o suficiente (como Brasil e China não eram há 10 anos atrás) isso pode causar e causa demissões, recessão, crise…
Se eles escolhem o número dois para se manter competitivos, em essência estão criando inflação.
É assim que nos últimos anos os EUA vem “exportando inflação” para o resto do mundo.
Momento atual e perspectivas futuras
Em 2017 a Bolsa nos EUA vem fazendo altas históricas e toda a economia mostra sinais de recuperação, com uma taxa de desemprego baixíssima.
Diante desse novo cenário, em abril de 2017 o FED começa a falar em “diminuir seus balanços” (vendendo títulos e ativos que possui em seu portfólio) e desde 2016 iniciou um processo de elevação das taxas de juros estiveram praticamente zero desde a crise de 2009.
Vale notar como o momento coincide com o ápice da inflação (e taxa de juros) no Brasil…
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